
Desculpem pela foto, é feia, sem cor, mas representa a minha cara diante do resultado da operação "hurricane" realizado pela Polícia Federal.
Primeiro pelo nome, isso parece mais nome de um produto qualquer, idéia de um publicitário decadente, porém a assessoria de imprensa da PF está de parabéns, agentes com GPS de última geração, carros alugados e um treinamento especial para essa operação contra a exploração de jogos ilegais no Rio de Janeiro.
Mas o show estava apenas começando, e durante o espetáculo surgiram os grandes personagens: O desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim, seu colega, José Ricardo de Siqueira, o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região (SP) e o procurador regional da República do Rio de Janeiro, João Sérgio Leal Pereira.
Também participam do esquema donos de escolas de samba e diversos integrantes das polícias civil e militar.
Será que um salário inicial de R$ 10 mil Reais e diversos benefícios concedidos por direito não são suficiente para viver "razoavelmente" bem? Outra questão é a impunidade que temos no Brasil, nossa memória não é muito boa, esquecemos de fatos importantes com muita facilidade, com a ajuda da mídia.
Uma frota de carros importados e mais de 10 milhões de Reais foram apreendidos pela PF. Aqui é o país da impunidade, nossos magistrados praticando o tráfico de influência, tirando dinheiro de quem quase não tem.
Minha cara de bunda fica maior ao imaginar o público alvo das máquinas caça-níqueis. Homens de baixa escolaridade e renda, quando sobra um dinheirinho, corre para o bar e gasta tudo em pinga e no jogo.
Como deve ser a sensação de andar em uma Mercedes Benz graças a um bando de pobres infelizes que se divertem inserindo moedas numa maquina luminosa e barulhenta?
Esses acusados são mestres em legislação, ao lado da lei e com alguns arquivos mortos, está tudo certo, nada de cadeia, eles são pessoas idôneas, idosas e com a saúde debilitada e sofrem de depressão.
No máximo uma prisão domiciliar, daqui a 10 anos, pois o habeas corpus sai em 48 horas.
Fogo de palha, milho para a mídia, não dou 10 dias e o furacão passará.
Eduardo Vinha